Na última segunda-feira (4), a passagem de um ciclone extratropical pelo Rio Grande do Sul deixou ao menos 27 mortos. De acordo com governador do estado, Eduardo Leite, se trata da pior tragédia natural do estado.
Ainda de acordo com o governador, em entrevista na noite de terça-feira, houve demora na identificação por causa do alto nível da água, mas os corpos foram localizados em uma vistoria do Corpo de Bombeiros em residências.
“Não tem sido um ano fácil para o Rio Grande do Sul. Mas nosso povo é resiliente e forte, e nós vamos estar unidos para superar essa adversidade, com toda a estrutura, com os servidores públicos, os militares, civis, voluntários, ações, prefeituras, sociedade civil engajada. Cada vida perdida não pode ser reposta, a gente lamenta cada uma delas. Vamos dar todo suporte para essas famílias”, afirmou.
De acordo com a Defesa Civil estadual, o Corpo de Bombeiros encontrou 15 corpos ao vistoriar uma casa nesta terça-feira (5) em Muçum, no Vale do Taquari. A região, na área central do estado, está completamente inundada pelo rio Taquari, que atingiu 22 metros de altura por volta das 23h de segunda.
O governador Eduardo Leite lamentou cada uma das mortes e afirmou que a prioridade, neste momento, é evitar outras perdas humanas. “Os esforços estão concentrados em salvar vidas, no resgate e na proteção das pessoas. Desde as 7h da manhã, assim que houve condições de voo, os helicópteros do governo do Estado se mobilizaram para fazer os resgates nas comunidades mais afetadas, especialmente na região do Vale do Taquari”, destacou.
Leite disse que está em constante contato com a Defesa Civil e com os prefeitos das cidades afetadas e que, assim que for possível, se deslocará até as áreas atingidas a fim de acompanhar os trabalhos e garantir todo o suporte necessário às famílias e aos municípios nas ações de reconstrução.
Outras seis mortes foram confirmadas entre segunda (4) e esta terça, em cidades do Norte do RS.
De acordo com o governo, duas viaturas do Instituto Geral de Perícias (IGP) de Caxias do Sul estão em deslocamento para Muçum, para auxiliar na remoção dos corpos, que deverão ser levados para Porto Alegre.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva determinou o envio de ajuda à região afetada, e uma missão do governo federal irá ao sul do país verificar a situação.
Mais de 85% da cidade de Muçum foi atingida pelas águas. Em razão do nível do rio que abrange a região, moradores precisaram ser resgatados em cima de telhados e forros das casas. O nível da água atingiu o centro da cidade, alagando residências, escolas, estabelecimentos comerciais e hospitais.
Por questões de segurança, a energia elétrica do município foi cortada. De acordo com a prefeitura, também não há sinal de telefone. O município possui quatro acessos por estradas e todos estão interditados.
Ao menos 66 cidades foram afetadas pelo ciclone, que deixou mais de 1.650 pessoas desabrigadas e outros 2.984 desalojados. As cidades mais atingidas são das regiões Norte, Serra e Vale do Taquari.