O crime que chocou Marília em novembro do ano passado onde duas irmãs assassinaram um idoso na região central de Marília, e descartaram o corpo próximo à uma agência bancária tem sua primeira audiência agendada. A 3ª Vara Criminal de Marília marcou para o dia 13 de julho a audiência em que serão interrogadas as irmãs Wania Santos Silveira e Andrea Santos Silveira de Sousa.
O corpo de Donizeti Rosa, foi encontrado envolto em sacos e panos, em frente ao estacionamento de uma agência bancária, na rua Quatro de Abril, região central de Marília, já em estado de decomposição, o que dificultou inclusive a sua identificação.
Através de câmeras de segurança da região, os policiais puderam identificar as duas mulheres, que carregavam o corpo já embalado, saindo do prédio em que o idoso vivia.
A dupla foi indiciada pela Polícia Civil no final do ano passado e o Ministério Público do Estado de São Paulo (MP-SP) ofereceu a denúncia contra as mulheres em março deste ano. A Justiça tornou-as rés em abril deste ano, conforme publicação no Diário Oficial do estado. Elas tiveram a prisão preventiva mantida.
Na audiência de instrução, debates e julgamento, marcada para o mês que vem, testemunhas também devem ser ouvidas. O juiz ainda deve analisar um pedido de avaliação sobre possível dependência toxicológica e de sanidade das acusadas. O procedimento será por teleconferência.
Segundo consta na denúncia da promotoria, as irmãs “amarraram Donizeti em uma cadeira e o deixaram sem qualquer alimentação ou hidratação causando-lhe, assim, intenso e desnecessário sofrimento físico e psicológico”.
Diante do quadro, a vítima acabou morrendo, segundo o MP-SP, para quem a prática acabou “revelando, brutalidade além do comum e em contraste com o mais elementar sentimento de piedade”.
Durante as investigações, também ficou constatado que a vítima, de 60 anos, era pessoa debilitada e que não tinha condições mínimas de se defender, uma vez que uma das indiciadas confessou ter agredido fisicamente o idoso momentos antes da morte dele.
Além disso, a apreensão do cartão bancário da vítima com as indiciadas, mesmo após o corpo ter sido encontrado, indica que elas tentariam continuar os saques da conta bancária, podendo, inclusive, causar prejuízos ao INSS, pois o idoso era aposentado.
Wania Santos Silveira e Andrea Santos Silveira de Sousa, vindas de Minas Gerais, eram cuidadoras do idoso. As mulheres, de 49 e 52 anos, foram detidas pela Polícia Militar um dia após o corpo ter sido encontrado.
A princípio, elas negaram o crime. No entanto, uma câmera de segurança no centro de Marília registrou a dupla arrastando o saco com o corpo.
O delegado Luís Marcelo, da Delegacia de Investigações Gerais (DIG), confirmou que, quando a PM chegou ao local onde o corpo de Donizete foi encontrado, a equipe suspeitou das duas mulheres e as encaminhou à delegacia.
Segundo a Polícia Civil, as imagens mostram ainda as suspeitas chegando ao prédio em um carro no período noturno, mas o motorista se recusa a colocar o saco no veículo, o que pode explicar o corpo abandonado em plena região central.
Em depoimento, o motorista do veículo afirmou que as suspeitas contaram que o embrulho continha macumba e diante disso, ele teria desistido da corrida e ido embora.
Para despistar sobre o caso, as duas cuidadoras acionaram a Polícia Militar para ir ao local, após alegarem terem sido vítimas de um suposto roubo. Ainda em meio às investigações, os policiais da DIG constataram saques recentes da conta do idoso, no valor aproximadamente de R$ 25 mil.
Para a polícia, o idoso foi morto dentro de um apartamento em um prédio que fica a cerca de 20 metros do local onde o corpo foi encontrado. Segundo o delegado, a dupla, que atuava como cuidadora do idoso, morava com ele havia cerca de um ano.
No local do crime, após a perícia, a polícia encontrou vestígios de sangue. Já nas bolsas das suspeitas foram encontrados materiais que estavam envoltos no corpo, como fitas. Há suspeitas de que a vítima morreu aproximadamente 10 dias antes do corpo ser encontrado.