Anvisa aprova primeira injeção para prevenção do HIV no Brasil

Brasil Saúde Últimas Notícias

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) concedeu registro ao Cabotegravir, a primeira injeção para prevenção do HIV, em autorização dada à empresa GlaxoSmithKline (GSK) publicada no Diário Oficial da União no dia 5 de junho.

O Cabotegravir é uma injeção administrada a cada dois meses para prevenir a infecção pelo HIV e desenvolvida pela farmacêutica GSK, o medicamento, comercializado como Apretude, atua como uma forma de profilaxia pré-exposição ao vírus (PrEP). No Brasil, a PrEP tem sido disponibilizada desde 2017 na forma de comprimidos diários pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

Destinada a grupos considerados de maior risco de exposição ao HIV, a terapia PrEP tem como objetivo bloquear os “caminhos” utilizados pelo vírus para infectar o organismo. Combinando os antirretrovirais tenofovir + emtricitabina, os comprimidos diários reduzem o risco de contaminação em mais de 90%.

O Cabotegravir, indicado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como uma alternativa mais eficaz à PrEP, tem apresentado uma eficácia 69% maior que os comprimidos diários na prevenção da infecção pelo HIV. Por meio de duas aplicações mensais no início e, posteriormente, uma a cada dois meses, a injeção reduz a frequência de administração de 365 vezes ao ano para apenas seis. A injeção é aplicada nos glúteos.

Embora a Anvisa tenha concedido o registro ao Cabotegravir injetável, ainda é necessário que o Ministério da Saúde avalie a incorporação do medicamento à estratégia da PrEP no SUS e defina as regras para sua disponibilização. Não há previsão para a comercialização na rede privada.

A introdução de novas formas de prevenção da infecção pelo HIV é crucial diante do aumento no número de novos diagnósticos no Brasil. Entre 2011 e 2021, os diagnósticos aumentaram 198%, chegando a 40,9 mil casos por ano. Atualmente, estima-se que um milhão de brasileiros vivem com o vírus. Porém, graças à terapia antirretroviral, os casos de AIDS registraram uma queda de 18,5% no mesmo período, passando de 43,2 mil novos casos em 2011 para 35,2 mil em 2021.

Embora a PrEP injetável não seja considerada uma vacina pela OMS, ela oferece uma alternativa eficaz para a prevenção da infecção pelo HIV, permitindo maior aderência e proteção contínua para os grupos de maior risco de exposição ao vírus.

Compartilhar esta notícia agora: