Estima-se que 6,4 milhões de crianças estejam acima do peso no país e mais de 3 milhões sejam obesas, de acordo com o Ministério da Saúde, um dado alarmante que torna a obesidade infantil um problema de saúde pública no Brasil.
Desde a pandemia, os números têm piorado, sendo que somente no ano passado, 340 mil crianças receberam o diagnóstico de obesidade. De acordo com especialistas, a má alimentação é a principal causa dos quadros.
“Biscoito não é comida de verdade…suco de caixinha… o que menos tem é fruta. Um prato saudável, ele deve conter, pelo menos, metade dele composto de verduras e legumes, e até frutas ali nesse meio”, observa a nutróloga pediátrica, Tania Mara Perini.
Alice, de 10 anos, parou de engordar depois que adotou uma alimentação mais regrada. “Eu como mais arroz e feijão, bebo mais água, estou comendo menos gorduras”, conta a menina.
A mãe e o pai mudaram junto com ela. “Não era justo só ela comer uma bolacha, por exemplo, integral, e a gente a normal”, pondera a mãe.
A família faz parte de um programa de saúde nutricional que reduziu de 27% para 20% o número de crianças obesas nas escolas municipais de Jundiaí, no interior de São Paulo. No cardápio, tem até plantas alimentícias não-convencionais, como a chaya e a azedinha.
“A chaya lembra muito a couve. Ela é rica para o intestino, em potássio. A azedinha, a gente coloca na saladinha, para as crianças, que tem uma boa aceitação”, explica a cozinheira Izabel Mendes Mayo.
Além de ter uma alimentação mais saudável, é preciso mudar alguns hábitos, tomar mais água, cuidar do sono e, principalmente, largar o celular e praticar exercícios físicos.
“A escolha do brincar é que vai fazer diferença na qualidade também”, acrescenta a diretora da escola, Marjorie Samira Bolognani.
No fim de semana, pais e filhos participaram de uma caça ao tesouro em um parque, com a turma da escola. Aprenderam que, quanto mais movimento, melhor para a saúde. O Samuel ficou tão empolgado que começou a fazer flexão em casa: “eu tento fazer uma flexão por dia”.