Nesta terça-feira (30), a Secretaria Municipal da Saúde de Marília (SP) confirmou mais duas mortes por tuberculose na cidade, totalizando quatro óbitos pela doença desde o começo do ano.
De acordo com a administração municipal, as vítimas tinham respectivamente 50 e 59 anos e estavam em tratamento.
Marília teve 24 notificações sobre casos positivo da doença desde janeiro. Dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), do Sistema Único de Saúde (SUS), mostram que no ano passado Marília computou 76 casos de tuberculose, ante 88 em 2021, 93 em 2020 e 110 em 2019.
Morreram nove pessoas por tuberculose em Marília em 2022 e outros quatro pacientes em tratamento contra a doença tiveram óbito por outras doenças, conforme o Sinan.
Desde 2001, de acordo com o sistema, foram diagnosticados 1.736 casos da doença no município, 74 mortes por tuberculose e 104 óbitos de pacientes por outras causas após diagnóstico positivo. Entre eles, 1.255 se curaram e 218 abandonaram o tratamento.
Carlos Eduardo Bueno, médico pneumologista e coordenador do curso de Medicina em Marília, explica que a tuberculose é uma doença infectocontagiosa transmitida por partículas via inalatória.
“Todos nós estamos em contato com frequência com o bacilo da tuberculose, felizmente cerca de 95% das pessoas não desenvolvem a doença, só 5%”, detalha.
De acordo com o especialista, o principal sintoma da tuberculose é a tosse, seca ou com catarro. “Fica muito difícil de diferenciar de um quadro alérgico, de asma ou da tuberculose. A tuberculose pode vir associada à febre, sudorese noturna, perda de peso, fadiga, mas o principal sintoma é tosse”.
Qualquer pessoa que apresente mais de três semanas de tosse deve procurar assistência médica. A prevenção vem mediante hábitos saudáveis, nutrição adequada e controle das doenças de base.
“A criança precisa ser vacinada logo na maternidade com a BCG para evitar as formas graves da doença, mas o mais importante é fazer o diagnóstico precoce, porque é uma doença infecciosa que tem tratamento e pode ter cura”.
Conforme o médico, o tratamento dura seis meses, tem alguns efeitos colaterais, mas, em geral, é bem tolerado.
“As pessoas quando melhoram dos sintomas, deixam de ter febre, começam a voltar a ganhar peso, às vezes acreditam que estão curadas e abandonam o tratamento. Esse é um dos motivos do surgimento de bacilos resistentes”, alerta.