Em abril deste ano, quatro em cada dez brasileiros adultos estavam inadimplentes no Brasil, mostram os dados mais recentes da Confederação Nacional dos Dirigentes Lojistas (CNDL).
De acordo com a entidade, que realiza a pesquisa mensal de inadimplência em parceira com a Serviço de Proteção ao Crédito (SPC), os números de abril apontam para um novo recorde na série histórica do levantamento: 66,08 milhões de pessoas estavam com dívidas em atraso, número que representa um crescimento de 8,08% sobre o mesmo mês do ano passado.
Em termos de número de dívidas, o crescimento de um ano para o outro foi de 18,42%. As rendas baixas, são um fator de pressão para as famílias que passam a contrair dívidas até mesmo para seu sustento básico.
O aumento da inadimplência no atual cenário, porém, é de responsabilidade dos juros altos, que além de apertar os orçamentos ainda mais, fazem com que pagar o que se deve se torne insustentável.

Não é à toa que o maior volume de inadimplência se concentra na mão dos bancos, que se valem da Selic (taxa básica de juros) a 13,75% para elevar os juros do crédito a níveis abusivos.
De acordo com a pesquisa da CNDL, 63,76% do total de dívidas é com o setor financeiro. Sobre abril do ano passado, o crescimento do estoque de contas em aberto com os bancos é de 30,33%.
Em segundo lugar aparece o comércio, com 11,56% das dívidas em aberto. A inadimplência com contas básicas cresceu 16,4% em um ano, com participação de 11,07% do total de dívidas. Quase o mesmo percentual que o comércio.
Segundo a CNDL, cada consumidor negativado nos serviços de proteção ao crédito devia, em média, R$ 4.002.
Uma outra pesquisa da entidade mostra que 90% dos inadimplentes relataram terem sofrido o impacto das dívidas no padrão de vida, sendo que 44% deste dizem que a vida foi afetada totalmente.
Por causa das dívidas atrasadas, 20% passaram a evitar fazer compras a prazo, 17% começaram a fazer um controle rígido dos ganhos e gastos, 16% deixaram de comprar itens de vestuário e 14% deixaram de fazer atividades de lazer.