Em praticamente todas as capitais do Brasil, o número de mortos e feridos no trânsito aumentou neste ano. A campanha mundial Maio Amarelo chama atenção da sociedade para esses altos índices de fatalidades.
O número de pessoas perderam a vida em acidentes de trânsito, somente em São Paulo, aumentou 53% em fevereiro deste ano, em comparação ao mesmo período de 2022.
Uma pesquisa do Centro de Liderança Pública aponta que São Paulo, Belém, Salvador, Porto Alegre, Rio de Janeiro e Belo Horizonte são as capitais que hoje mais registram mortes no trânsito.
Segundo o estudo, os homens têm quatro vezes mais chance de perder a vida. A idade média dos que sofrem acidentes é de 39 anos. Entre a mulheres, de 41 anos.
Já as vítimas que conseguem sobreviver a um acidente, precisam enfrentar ainda o tratamento, que inclui muitas vezes cirurgias e sessões de fisioterapia, podendo demorar meses e até anos. Na maioria dos estados brasileiros, o número de internações é maior do que o registrado no período pré-pandemia.
Em um centro de reabilitação visitado pela reportagem, pelo menos 80% dos pacientes traumáticos são vítimas de acidentes de trânsito. “Muita fisioterapia, muita terapia ocupacional, nutrição, condicionamento físico, psicologia para que essa pessoa se mantenha participativa e autônoma dentro da sociedade”, diz o médico André Sugawara.
Para frear a velocidade desses números, o Centro de Liderança Pública afirma que é preciso investir em educação, fiscalização, leis mais rígidas e melhoria da infraestrutura.
“A gente muitas vezes é míope e olha só pro motorista e motociclista. Eu tenho pedestre, eu tenho ciclista, então tem que ser uma política pública que envolva todo o ecossistema”, afirma Tadeu Barros, diretor do instituto.