As informações são da Associação Brasileira de Frigoríficos (Abrafrigo), que compilou dados obtidos no Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços. Por conta do embargo chinês à carne bovina brasileira, que durou 29 dias, as exportações totais do setor registraram uma queda de 37% na receita e de 20% do seu volume.
De acordo com a associação, no mês passado, a receita obtida pelo setor foi de US$ 709,4 milhões, sendo que, em março de 2022, os ganhos foram de US$ 1,123 bilhão. A movimentação mensal naquele ano foi de 203.222 toneladas, que foi reduzida para 162.814 toneladas neste ano por conta do embargo.
Outro motivo para os resultados negativos do setor, segundo a Abrafrigo, foi a queda dos preços médios de exportações. No mês passado, o custo era de US$ 4.537 por toneladas, sendo que em março de 2022 era de R$ 5.525, um recuo de 21,15%.
No primeiro trimestre de 2022, somente a China proporcionou uma receita de US$ 1,557 bilhão, e importou do Brasil 245.632 toneladas de carne bovina. No primeiro trimestre de 2023 a receita foi de US$ 1,118 milhões e a movimentação de 228.235 toneladas, o que representou, respectivamente, uma queda de 28,2% na entrada de divisas e de 7,1% no volume.
Na segunda posição do período, entre os principais importadores do Brasil, estão os Estados Unidos, que também reduziram suas compras de carne bovina: a receita caiu de US$ 356,6 milhões no ano passado, para US$ 254,5 milhões em 2023. A movimentação, por sua vez, diminuiu de 69.799 toneladas para 57.990 toneladas.
A detecção de um caso atípico da doença da vaca louca motivou o embargo chinês e de outros países, como Tailândia, Irã e Jordânia. No último dia 23 de abril, Pequim decidiu suspender a decisão. Nesta terça-feira (11), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) viajou para o país asiático, onde pretende voltar com, pelo menos, 20 acordos bilaterais, sendo que as parcerias econômicas são pautas essenciais do encontro com o premiê Xi Jinping.