Eduardo Appio, novo juiz da 13ª Vara Federal de Curitiba, determinou nesta quinta-feira (9) que o deputado cassado Eduardo Cunha entregue à Justiça os seis carros de luxo que foram apreendidos pela Operação Lava Jato, em 2016, sob suspeita de serem produto de corrupção e lavagem de dinheiro.
Os veículos estavam com a família, que obteve o direito de permanecer com os veículos como fiel depositário até o final dos processos.
“Caberá ao douto juízo eleitoral competente a gestão do sigilo do feito declinado, bem como dos bens móveis acautelados (veículos de luxo hoje em depósito fiel em favor do acusado Eduardo Cunha e seus familiares)”, escreve Appio, em seu despacho.
Nesse processo contra Cunha, o ex-presidente da Câmara foi acusado pela Lava Jato de lavagem de dinheiro de corrupção na compra dos seis carros, entre eles, dois Porsches.
O processo contra Cunha foi retirado de Curitiba, por decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), que entendeu que o caso deveria ser enviado para a 16ª Zona Eleitoral de Rio de Janeiro. A gestão dos bens apreendidos no processo, no entanto, continuaram em Curitiba.
Cunha foi condenado até 2020 em dois processos da Lava Jato. Naquele ano, obteve o direito de cumprir prisão domiciliar. Ele tem cinco dias para apresentar os veículos à Justiça.
Os bens estão registrados em nome da empresa Jesus.Com, que era usada pela família, segundo as acusações, para lavagem de dinheiro.
Os advogados de Cunha, Ticiano Figueiredo e Pedro Ivo Velloso, negaram nos processos as acusações contra ele. Em 2022, o Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1) suspendeu os efeitos das condenações que o impediam de se candidatar. Ele concorreu como candidato a deputado federal pelo PTB, em São Paulo. Teve 5.044 votos e não foi eleito.