Homem se irrita com menino autista e mata seu pai a tiros, estamos mesmo mais seguros armados?

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No último sábado (25), um homem foi morto à tiros, após o assassino se irritar com o filho autista da vítima. O caso aconteceu em Belo Horizonte (MG), e chocou o país.

A criança autista teria tocado a buzina do veículo, e irritado, o acusado iniciou uma briga com o pai da criança, prometendo voltar armado.

Na semana passada, dois homens armados invadiram um bar e promoveram uma chacina, onde sete pessoas morreram, entre elas uma criança de apenas 12 anos.

O caso aconteceu em Sinop (MT). A dupla queria vingança após perder uma aposta em um jogo de sinuca. Um dos assassinos tinha registro de CAC (Colecionador, Atirador Esportivo e Caçador).

Os dois episódios são exemplos de como, após a flexibilização das normas de acesso a armas no país no governo Bolsonaro, ninguém está seguro.

O argumento usado pelo antigo governo seria que o cidadão de bem tem direito a andar armado e se proteger, porém, o que se vê são discussões banais terminando em verdadeiras tragédias.

O homem responsável pela morte do pai da criança autista segue desaparecido e não há pistas de seu paradeiro.

De acordo com testemunhas, o crime foi premeditado: irritado com o som da buzina, ele partiu pra cima do pai da criança. O bate-boca terminou com a promessa de que ele voltaria.

O assassino foi até sua casa, pegou a arma e retornou de táxi até o local do crime. Teve, portanto, tempo o suficiente para pensar no que fazia, e não voltou atrás.

Bolsonaro editou em seu governo mais de 40 decretos para facilitar a compra de armas pela população civil. No período, segundo o Instituto Sou da Paz, 1.300 armas foram adquiridas por dia no país.

Hoje o Brasil possui mais de 1 milhão de armas registradas nas mãos de civis. Em alguns casos, histórico de violência não impediram o acesso a revólveres, pistolas e espingardas. Caso de um dos assassinos de Sinop, que já havia respondido a um processo por violência doméstica.

O liberou-geral das armas no Brasil enriqueceu a indústria armamentistas e donos de escolas de tiro, porém deixou como legado um rastro de sangue.

Agora uma criança autista crescerá longe do pai porque alguém pensou que uma vida valia menos do que o seu direito ao silêncio.

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