Tarcísio de Freitas (Republicanos), governador de São Paulo, sancionou nesta terça-feira (14), o fim da exigência do comprovante de vacinação contra a Covid-19 no estado.
Com isso, não haverá mais a obrigatoriedade da apresentação do comprovante de vacinação para acessar locais públicos e privados.
Há algumas exceções: profissionais de saúde que tenham tido contato com imunossuprimidos, trabalhadores em instituições para idosos, mulheres grávidas e profissionais em contato com crianças portadoras de doenças crônicas.
Na prática, a sanção tem valor simbólico, uma vez que muitos locais já dispensaram a exigência de comprovação da vacina.
Em maio de 2022, a Prefeitura de São Paulo já havia flexibilizado a medida, porém o chamado “passaporte vacinal” se tornou item crucial da guerra cultural encampada pelos bolsonaristas.
O projeto é considerado invariavelmente uma dor de cabeça pelo seu entorno. Por um lado, o veto enfureceria a base bolsonarista, contrária à vacinação obrigatória. Por outro, a sanção deve lhe custar críticas pela decisão considerada contrária às orientações científicas.
A pandemia de Covid-19 deixou cerca de 700 mil mortos até o momento no Brasil, uma das regiões do mundo onde ela foi mais letal. Após quase três anos da crise sanitária, o país teve recentemente o primeiro dia sem um único óbito pela doença.
Nesta semana, dois episódios ajudaram a colocar mais carga na decisão de Tarcísio. Além de ele ter sido diagnosticado com covid-19 no domingo, a partir de quando passou a se isolar no Palácio dos Bandeirantes, a secretária de Políticas para a Mulher, Sonaira Fernandes, repercutiu nesta terça-feira a crítica do presidente do Conselho Federal de Medicina ao uso de máscaras.
Em uma publicação no Facebook, Sonaira questiona: “fomos enganados esse tempo todo?” Funcionários do Palácio dos Bandeirantes viram a atitude com irritação, avaliando que reforça o caráter antivacina presente no bolsonarismo radical, algo do qual Tarcísio vem tentando se desvencilhar.
O discurso de Tarcísio para amenizar a sanção é de que o estado de São Paulo atingiu “os mais altos índices de cobertura vacinal do país”, fruto da conscientização sobre a importância das vacinas, e que o governo vai trabalhar por campanhas de vacinação e pela disponibilização de imunizantes para todos.
“A Secretaria de Saúde e o Governo de SP são favoráveis à vacina e entendemos que ela é o melhor instrumento que une custo e efetividade para a prevenção de doenças. O que está em discussão é apresentação do comprovante em determinadas situações” afirmou o secretário de Saúde, Eleuses Paiva.