Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Alberto Fernández, o presidente da Argentina, divulgaram um texto conjunto na noite de sábado (21), publicado pelo jornal argentino Perfil, onde reforçam o pela criação de uma moeda sul-americana comum.
“Decidimos avançar com as discussões sobre uma moeda sul-americana comum, que possa ser usada tanto para os fluxos financeiros, como comerciais, reduzindo os custos operativos e a vulnerabilidade externa”, afirmaram os mandatários no documento.
Os dois presidentes deverão se reunir em Buenos Aires, capital argentina, hoje, na segunda-feira (23). Será o primeiro encontro presidencial entre os líderes dos dois países em mais de três anos.
Na carta, Lula e Fernández também reforçam a retomada da parceria histórica, destacando que “os laços entre Argentina e Brasil se cimentam na consolidação da paz e democracia”. Eles condenaram o que chamaram de “formas de extremismo antidemocrático e de violência política”.
Quanto à retomada das parcerias, ambos destacaram a integração energética. “A interconexão elétrica entre os nossos países já é uma realidade. A integração gasífera tem potencial para se converter em um dos projetos estratégicos da relação bilateral, com benefícios duradouros em termos de atração de investimentos, geração de emprego e seguridade energética”, apontaram ao jornal. Na carta, os líderes ainda se comprometeram a fortalecer a Agência Brasileira-Argentina de Contabilidade e Controle de Materiais Nucleares (ABACC), além de dar continuidade ao projeto do reator de pesquisa multipropósito.
Em relação ao comércio, afirmaram que “a integração entre as cadeias produtivas ajuda a mitigar choques externos, como os que a pandemia produziu”, e que, Brasil e Argentina “vão seguir desempenhando papel fundamental para a segurança alimentar em um mundo afetado por riscos geopolíticos e sérias interrupções nas redes de fornecimento”.
Na capital argentina, Lula também vai participar da 7ª Reunião de Cúpula da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (CELAC), marcada para terça-feira (24). Ao todo, 33 países da região da América da Latina e Caribe vão participar do evento.