Investigado por apoio à tentativa de golpe do dia 8 de janeiro, o ex-presidente Jair Bolsonaro está conversando com seus aliados e estudando a possibilidade de ficar mais tempo nos Estados Unidos, bancado por empresários de lá.
Bolsonaro está alojado na casa do ex-lutador de MMA José Aldo em Orlando, na Flórida, cuja diária custa o equivalente a R$ 2.600, o que significa um aluguel mensal de R$ 78 mil.
Bolsonaro levou consigo cinco funcionários bancados pelo Brasil, mas as imagens mostram que mais assessores possam estar no local.
Carlos Bolsonaro, filho do ex-presidente e vereador do Rio de Janeiro, está hospedado em uma outra casa no mesmo condomínio junto com um grupo.
Para custear a estrutura bolsonarista nos Estados Unidos, aliados do ex-presidente estão articulando uma série de seis palestras, ao preço de US$ 10 mil cada, equivalente a R$ 52 mil, para serem dadas por Bolsonaro.
Caso todas as palestras sejam realizadas, Bolsonaro ganhará trezentos mil reais. Além desse dinheiro, ele já conta com R$ 45 mil todos os meses por ser ex-deputado federal e militar reformado.
O PL, partido presidido por Valdemar da Costa Neto, afirmou que vai pagar um “salário”, para que Bolsonaro continue atuando na política, que vai ser igual ao teto do funcionalismo público. O valor, a partir de abril, vai ser de R$ 41,6 mil.
Para esse pagamento, o PL disse que Jair Bolsonaro deverá abrir uma conta no Branco do Brasil nos Estados Unidos.
Toda essa articulação está sendo feita para bancar a estadia de Jair Bolsonaro nos Estados Unidos. Ele viajou para lá no dia 31 de dezembro, último dia de seu mandato, e não passou a faixa presidencial para Lula. De lá, Bolsonaro está comandando a ação de seus apoiadores no Brasil.
No dia 8 de janeiro, um grupo de 4 mil pessoas conseguiu invadir a Praça dos Três Poderes, com a ajuda de autoridades públicas, e atacar o Palácio do Planalto, o Supremo Tribunal Federal (STF) e o Congresso Nacional.
Bolsonaro está sendo investigado no caso por ter publicado em seu Facebook um vídeo que diz que Lula “não foi eleito pelo povo”, mas “escolhido pelo STF e TSE [Tribunal Superior Eleitoral]”.
Seu ex-ministro da Justiça, Anderson Torres, que era o chefe da Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal no dia em que Brasília foi atacada, está preso. Torres tinha viajado para os Estados Unidos, na mesma cidade que Bolsonaro, depois de ter exonerado o comando da Secretaria e facilitado o ataque terrorista.