Três estudantes: Diogo Neiss, Lucas Chelala e Eduardo Alvares, de 22 anos, completaram o desafio de passar 48 horas no Rei do Pastel, um dos bares mais queridos de Belo Horizonte (MG).
Ficou então uma pergunta: “quanto deu a conta?”.
Eduardo Alvares, que é morador de Bauru e estudante de psicologia, revelou que, além de comemorar o recorde, o grupo também ficou satisfeito com o valor final da conta.
Eduardo gastou apenas R$ 150, enquanto os colegas desembolsaram cerca de R$ 220 cada.
O motivo da conta não ter ficado astronômica foram os mais de mil visitantes que passaram para acompanhar a maratona dos “guerreiros”, entre amigos e desconhecidos, e ajudaram.
“Achávamos que a parte mais difícil seria o valor, porque não tínhamos planejamento nenhum. Mas todo mundo abraçou muito a ideia e comprou tudo para a gente. Só tivemos alguns gastos quando não tinha muita gente lá. Foi bem menos do que imaginávamos”, confessa.
Dentre as regras da competição, o cardápio de bebidas e comidas do bar precisava ser zerado. Já o número de nomes diferentes usados para chamar o garçom passou de 100, segundo Lucas Chelala, mas a lista foi perdida.
Os visitantes foram todos registrados em uma lista de presença, uma das regras pré-estabelecidas para o “rolê”. Alguns até levaram doações de alimentos não-perecíveis, que serão destinados a projetos sociais.
Para quebrar o recorde anterior, que era de 24 horas, os amigos tiveram que enfrentar um outro tipo de problema: a “solidão” do bar.
“O mais difícil, na verdade, foram os horários em que não tinha ninguém, só alguns bêbados que vinham conhecer a gente. Até pensávamos em tirar uma sonequinha, mas logo a galera chegava”, conta Eduardo.
Ao todo, foram 50 horas no local, duas horas a mais do que o estipulado para cumprir o término do desafio, que teve fim na tarde do último sábado (14). Além de beber e comer, eles encontraram formas de driblar o tédio durante a permanência.
Teve oficina de argila, de desenhos, de poemas, live de apostas de jogos online, beer pong – brincadeira americana em que os times adversários tentam acertar o copo do oponente com uma bolinha de pingue-pongue; quem perder, toma a cerveja que está no copo -, xadrez, pega varetas, jogos de cartas, massagem, yoga e até mesmo shows.
Em determinado momento, no entanto, a chegada de uma ambulância ao local assustou os mais de mil companheiros de boteco do trio, que pensavam ser o fim do desafio.
“Teve uma hora que uma ambulância chegou e todo mundo achou que era para algum de nós, mas na verdade uma amiga nossa passou mal, teve uma queda de pressão. Ela logo ficou bem, mas deu um sustinho no pessoal”, explica.
Estudante de psicologia da Unesp, Eduardo, que é mineiro de nascimento, retornou a Bauru nesta terça-feira (17) para dar continuidade aos estudos. Para quem criticou o desafio, o jovem fez questão de não abandonar o bom humor.
“É um pouco difícil voltar para a realidade, mas a gente aproveitou. Até com os xingamentos que tomamos do pessoal que não gostou do desafio, a gente tem se divertido. Os outros dois também voltaram ao trabalho, o pessoal achou até que era mentira que eles tinham um emprego”, conta.