Agenda econômica volta ao radar com Brasília ‘pacificada’

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Nesta terça-feira (10) o Ibovespa abriu o pregão aliviado com a sensação de que “o pior já passou”. A resposta enérgica de autoridades menos de 24 horas após os atos antidemocráticos em Brasília no domingo (8) deslocou o foco do mercado financeiro para a agenda econômica.

As atenções então, se concentram na divulgação da inflação oficial ao consumidor brasileiro ao final de 2022. Será a terceira vez consecutiva que o IPCA encerra o ano acima da meta perseguida pelo Banco Central.

Jerome Powell, presidente do Federal Reserve, afirmou nesta terça-feira (10) em discurso num simpósio sobre bancos centrais independentes, em Estocolmo, na Suécia, que a estabilidade de preços é a base de uma economia saudável e oferece ao público benefícios imensuráveis ao longo do tempo. “Mas restaurar a estabilidade de preços quando a inflação está alta pode exigir medidas que não são populares no curto prazo, pois aumentamos as taxas de juros para desacelerar a economia”, disse.

A fala de Powell aconteceu dias após a criação de mais vagas nos EUA que o esperado em dezembro e antes da divulgação do índice de preços ao consumidor norte-americano (CPI) em dezembro, na quinta-feira. Juntos, esses eventos devem calibrar as apostas de um aperto menor no juro em fevereiro.   

O radar dos investidores no Brasil permanece na capital federal. Porém, saem de cena as imagens de vandalismo às sedes dos Três Poderes e entra em campo a equipe do ministro Fernando Haddad que manteve a previsão de anúncios econômicos desta semana.

Trata-se de um sinal de que o Executivo continua funcionando normalmente, apesar da depredação no Palácio do Planalto. 

O problema é que o decreto de intervenção federal na segurança pública do Distrito Federal pode atrasar algumas medidas como as mudanças no Imposto de Renda e no próprio teto de gastos.. 

Isso porque, em casos de intervenção federal, votações que alteram a Constituição ficam suspensas. Resta saber se o período até 31 de janeiro, decretado por Lula, será suficiente para “quebrar a espinha dorsal” das ações coordenadas em Brasília. 

Mais que isso, é preciso aferir se a união demostrada pela cúpula dos poderes será mesmo suficiente. Ou se só irão acabar jogando mais gasolina na fogueira.

Confira o desempenho dos mercados globais por volta das 7h50:

EUA: o futuro do Dow Jones caía 0,16%; o do S&P 500 oscilava com -0,01%; enquanto o Nasdaq avançava 0,14%;

NY: o Ibovespa em dólar (EWZ) ainda não abriu negociação no pré-mercado, assim como  os ADRs da Vale; já o da Petrobras tinha alta de 0,68%;

Europa: o índice pan-europeu Stoxx 600 recuava 0,55%; a bolsa de Frankfurt cedia 0,38% e a de Paris tinha queda de 0,48%, enquanto a de Londres perdia 0,17%;

Câmbio: o índice DXY subia 0,19%, a 103.19 pontos; o euro oscilava com +0,02%, a US$ 1,0737; a libra caía 0,13%, a US$ 1,2169; o dólar tinha leve alta de 0,05% ante o iene, a 131,96 ienes;

Treasuries: o rendimento da T-note de dez anos estava em 3,545%, de 3,593% na sessão anterior; o rendimento da T-bill de 2 anos estava em 4,233%, de 4,216%, na mesma comparação;

Commodities: o futuro do ouro tinha leve alta de 0,04%, a US$ 1.878,50 a onça na Comex; o futuro do petróleo WTI subia 0,75%, a US$ 75,19 o barril; o do petróleo Brent ganhava 0,54%, a US$ 80,08 o barril; o contrato futuro mais líquido do minério de ferro (maio/23) negociado em Dalian (China) fechou em alta de 0,54%, a 834 yuans a tonelada métrica, após ajustes.

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