Dólar atinge maior cotação desde julho e fecha em R$ 5,45

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Na última terça-feira (3), o dólar comercial fechou em alta de 1,72%, a R$ 5,45, a maior cotação desde julho. A bolsa de valores registrou queda de 2,14%.

Para Fernando Haddad, ministro da Fazenda, a reação negativa do mercado financeiro, nesses dois dias de governo Lula, se deve à percepção, pelos agentes econômicos, dos efeitos das últimas medidas adotadas no governo Bolsonaro.

O ministro da Fazenda afirmou em entrevista que os gastos feitos pelo governo anterior, durante o período eleitoral, desestabilizaram as contas do país.

“Está num clima de que a economia estava no rumo certo e esse clima está se desfazendo pela apresentação dos números, do enorme rombo eleitoral deixado pelo Bolsonaro, então as pessoas não se davam conta e não fizeram conta de que o Bolsonaro usou cerca de 3% do PIB, 1,5% de aumento de despesa e 1,5% de renúncia fiscal das mais variadas ordens para produzir o efeito que ele pretendia durante o processo eleitoral”, disse Haddad.

Haddad minimizou a queda da bolsa e alta do dólar na segunda-feira, um dia após a posse de Lula: “olha, eu acredito que é mais uma tensão em virtude da insegurança que os números que estão sendo divulgados acaba gerando, do que qualquer outra coisa. Não é um ataque especulativo, é que a ficha caiu e agora cabe a nós esclarecer com transparência, e é o que eu tenho feito desde que eu fui anunciado como ministro da Fazenda”.   

Para a economista Carla Beni, da Fundação Getúlio Vargas (FGV), as decisões do novo governo só devem impactar, de fato, o bolso da população, daqui a alguns meses. Para ela, as oscilações se devem, sim, às especulações do mercado financeiro.

“Se a bolsa subiu, ou caiu, ou o dólar, isso tem um impacto muito pequeno, ou eu diria que nenhum para a vida diária. A grande maioria das pessoas, que também fica impactada com esse tipo de notícia, dificilmente tem carteira de ações. Então, o que importa pro dia a dia do brasileiro é se a inflação realmente vai ceder para o ano que vem. Isso tem um impacto maior do que qualquer oscilação eventual do mercado financeiro”, afirma Carla.

Na terça-feira Haddad também realizou a primeira reunião oficial com a equipe de secretários e assessores especiais. O encontro foi fechado para repassar orientações gerais sobre os próximos passos de estruturação do ministério da Fazenda.  

O ministro se reuniu ainda com o embaixador da Argentina no Brasil. Um dos assuntos discutidos foi a maior integração nas áreas de energia e comércio entre os dois países.

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