O presidente Jair Bolsonaro (PL), poucos dias antes de terminar seu mandato, exonerou o diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Silvinei Vasques.
A dispensa foi publicada no Diário Oficial da União (DOU) desta terça-feira (20) e assinada pelo ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira.
O ex-diretor da PRF é investigado pela Polícia Federal (PF) devido a blitz suspeitas realizadas nas eleições, quando policiais rodoviários federais pararam veículos de eleitores, mesmo sendo proibido pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Vasques também aparece como réu por improbidade administrativa no dia 25 de novembro após ser acusado de uso indevido do cargo que ocupava, bem como de símbolos e imagem da instituição policial durante as eleições presidenciais ao pedir votos indevidamente para o presidente Bolsonaro.
A acusação de improbidade administrativa foi aceita pelo juiz José Arthur Diniz Borges, da 8ª Vara Federal do Rio de Janeiro, que acatou no final de novembro uma ação movida pelo Ministério Público Federal (MPF) contra Silvinei Vasques.
A PRF, em nota, disse que “acompanhava com naturalidade a determinação de citação” de Vasques.
Um inquérito aberto pela Polícia Federal (PF), também, investiga blitz da PRF no dia do segundo turno da eleição: contrariando determinação da Justiça, agentes pararam ônibus que faziam transporte gratuito de eleitores. A corporação alega que fiscalizou questões técnicas dos veículos, como condições de pneus.
Silvinei prestou depoimento na PF, em novembro, para explicar as blitzes ilegais feitas pela PRF durante as eleições presidenciais. As ações ilegais foram realizadas em diversas estradas, sendo elas com maior atuação no Nordeste, região onde Luiz Inácio Lula da Silva (PT) obteve mais votos.
A conduta do diretor-geral da PRF é alvo de investigação diante dos bloqueios ilegais de rodovias, promovidos por apoiadores de Bolsonaro depois que ele perdeu a eleição. O MPF aponta que há indício de omissão da PRF por motivos políticos.