Fabiano Oliveira, que se diz pastor, porém sem ser ligado a nenhuma igreja, estava foragido há cinco dias e foi preso durante mais um ato de manifestação golpista nesta segunda-feira (19).
A informação foi confirmada pela superintendência da Polícia Federal. Oliveira estava pregando um golpe de Estado em frente ao 38º Batalhão de Infantaria do Exército em Vila Velha, na Grande Vitória (ES).
Eugênio Ricas, superintendente da PF no estado, contou que o falso pastor não reagiu à prisão. “Foi preso pela PF, sem resistência, encaminhado ao DML [Departamento Médico Legal] e entregue ao sistema prisional”, detalhou Ricas.
De acordo com o superintendente da PF, um grupo de pessoas se aglomerou em frente ao batalhão e Oliveira não pode ser detido, por isso não havia sido preso antes. “Uma ação da PF naquele momento poderia ser revidada, colocando em risco a integridade de terceiros”, explicou a PF.
Num vídeo que circula na internet, o falso pastor aparece no ato em frente ao quartel. “Estou ciente de que não cometi nenhum crime e continuo com a mesma certeza de quem não vamos dar um só passo atrás até que o comunismo caia”, afirmou o homem no vídeo.
Em um outro vídeo, aparece o momento em que carros da Polícia Federal passavam pela região próxima ao 38º Batalhão de Infantaria no mesmo horário em que o pastor foi detido. Na gravação, é possível ouvir alguém dizendo que o pastor havia acabado de ser preso.
Além do pastor, o ministro Alexandre de Moraes determinou a prisão de mais três pessoas no Espírito Santo. Duas delas, o vereador de Vitória Armandinho Fontoura (Podemos) e o jornalista Jackson Rangel, dono do site Folha do ES, foram presas na quinta-feira (15).
Uma nota assinada pelo gabinete do vereador Armandinho Fontoura diz que “causa espanto o envolvimento do vereador na operação relacionada à investigação sobre atos antidemocráticos contra o resultado das eleições. O vereador não frequentou nenhuma manifestação antidemocrática, não incentivou a realização delas, tampouco as patrocinou. A própria imprensa nunca registrou nenhum tipo de ato semelhante”.
A nota diz, ainda, que o “vereador não compreende porque suas opiniões, de cunho conservador e liberal, sejam motivo para uma operação que fere a liberdade de expressão, sobretudo enquanto representante da população no parlamento municipal” e que ele está à disposição da Justiça para esclarecer todos os fatos. “Sua defesa técnica vai tomar todas as medidas jurídicas cabíveis”, finaliza. As opiniões de “cunho conservador” incluíam o golpe de Estado.
O radialista Max Pitangui (PTB), outro apoiador do golpe, que nas eleições deste ano disputou uma vaga na Assembleia Legislativa do Espírito Santo, mas não foi eleito, disse na quinta-feira (15) que agentes federais estiveram na casa da mãe no bairro Laranjeiras Velha e na casa dele em Lagoa de Carapebus, na Serra, na Grande Vitória, mas não o encontraram pois saiu cedo para caminhar.