Suposta adulteração de sinal identificador de duas aeronaves, que foram apreendidas em maio do ano passado, em uma oficina no aeroporto de Vera Cruz, são investigadas pela Polícia Civil de Marília.
A apreensão ocorreu durante uma operação da Polícia Federal e da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac).
Peritos da Justiça Federal apontaram diversos indícios de adulteração nas aeronaves, que apresentaram plaquetas de identificação pertencentes a distintos modelos de aviões, alguns inclusive com histórico de acidentes.
A polícia também suspeita de troca de motores e outros equipamentos que não condizem com outras especificações dos modelos conforme seus registros.
A operação realizada no ano passado foi motivada por suspeitas de que os aviões poderiam estar sendo utilizados para contrabando e tráfico de drogas.
A Justiça Federal, porém, não conseguiu comprovar a utilização das aeronaves para contrabando de drogas e mandou arquivar a apuração relacionada a eles.
Como a suspeita de adulteração das aeronaves é de competência da Justiça do estado, a perícia foi enviada ao Ministério Público de São Paulo, que determinou investigação pela Polícia Civil.
Na semana passada foi solicitada pelo delegado responsável a prorrogação do prazo para conclusão da investigação.
Na época da operação, em 2021, a Polícia Federal informou que as aeronaves pareciam estar sendo modificadas para que pudessem ter maior autonomia de voo, percorrendo longas distâncias sem a necessidade de parada para abastecimento.
O dono da oficina de aviões chegou a ser preso por porte ilegal de arma, mas pagou fiança e foi solto. O homem, então com 91 anos, teve seu suposto envolvimento com o contrabando investigado por décadas, mas sem nunca ter sido preso por isso.
Além de possível responsabilização criminal, logo após a operação a ANAC informou que, se comprovadas as infrações, os envolvidos poderão responder administrativamente e serem punidos com multa, suspensão de habilitação e até cassação do centro de manutenção.