Após deixar o governo, o atual presidente Jair Bolsonaro deve ganhar um salário de cerca de R$ 39,2 mil de seu partido, o PL.
A intenção de Valdemar Costa Neto, dirigente da sigla, é pagar o equivalente ao teto constitucional do setor público, atualmente neste valor.
A previsão, portanto, é de a renda mensal de Bolsonaro gire em torno de R$ 85 mil a partir de 2023.
Bolsonaro, além do salário que receberá do partido, também recebe aposentadoria de militar (R$ 11.945,49) e aposentadoria de deputado federal (R$ 33.763), que foi recentemente aprovada por Arthur Lira (PP), presidente da Câmara.
O PL, também deve bancar para Bolsonaro uma casa em Brasília. Bolsonaro ainda terá direito a advogados, uma equipe própria que conta, inclusive, com assessoria de comunicação, e um gabinete em uma sala ao lado da sede nacional da legenda, com um ambiente reservado à primeira-dama.
O desejo de manter Bolsonaro em Brasília tem dois motivos: o primeiro tem a ver com a vontade do mandatário de permanecer ao lado de sua família. A filha mais nova, Laura, já está ambientada em um colégio na capital federal, segundo aliados. Além disso, três de seus filhos, o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) e Jair Renan, moram lá.
O segundo motivo, e de maior importância para o PL, é a intenção de manter Bolsonaro como o principal líder da direita no país. A ideia é que ele fique perto do Congresso Nacional e participe de reuniões frequentes com parlamentares de oposição a Lula (PT).
Ele também deve ajudar nas eleições municipais de 2024, de forma a aumentar o número de prefeitos e vereadores eleitos do PL, o que fortalecerá o partido para as eleições de 2026.
Porém, apesar dos planos do partido, o PL encontra-se sem recursos, uma vez que o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Alexandre de Moraes, determinou o bloqueio das contas da sigla.
A medida foi tomada como garantia de que o PL irá pagar a multa que recebeu de Moraes no valor de R$ 22,9 milhões por litigância de má-fé pela ação golpista no segundo turno das eleições.
O partido entrou com recurso, que ainda não foi julgado. Integrantes da legenda apontam que alguns diretórios já enfrentam dificuldades em pagar salários de funcionários e demais contas.