O presidente Jair Bolsonaro (PL) perdeu as eleições para Lula (PT) e desde então tem tido um comportamento diferente do habitual, o que tem preocupado amigos e aliados.
“Ele acreditava que haveria alguma mudança no quadro político, por conta das manifestações à porta dos quartéis e nas rodovias, mas acho que percebeu que não tem jeito”, disse um amigo do presidente.
A fonte que opinou à coluna é um amigo do mandatário que esteve com ele no último fim de semana, na formatura de cadetes da Academia Militar das Agulhas Negras (Aman), no Rio de Janeiro, e que mantém contato frequente por telefone.
Além disso, pessoas próximas afirmaram que a antecipação da diplomação do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT), marcada para 12 de dezembro, fez Bolsonaro ficar ainda mais abatido.
“À medida que a mudança de governo se aproxima, ele nota que a situação é irreversível. A tristeza dele é preocupante, talvez seja caso médico”, falou um político que esteve recentemente com o presidente.
Para o parlamentar, o mandatário teme “retaliações” do Poder Judiciário quando deixar a Presidência, especialmente por parte do ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal).
Amigos e aliados têm criticado também a postura do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que foi ao Catar para acompanhar a Copa do Mundo mesmo diante da situação difícil do pai.
Valdemar Costa Neto, presidente do PL, está surpreso com a postura de Bolsonaro após um mês da derrota nas urnas.
A expectativa era de que o mandatário despertasse para o papel de líder da oposição ao futuro governo Lula (PT).
Para Valdemar, a mudança de postura e fim da apatia aconteceria durante o jantar organizado pelo partido para as bancadas da Câmara e do Senado, na última terça-feira (29). Porém, o presidente mal falou no evento.
Somada ao silêncio de Bolsonaro desde que perdeu as eleições, a situação evidenciou para Valdemar que Bolsonaro terá pouca capacidade e disposição de comandar a oposição. Esse lugar, inclusive, já está sendo disputado pelo filho, Eduardo Bolsonaro, e por Carla Zambelli.