Após dois meses de queda, produção industrial segue estagnada

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Após apresentar uma variação de 0,3% em outubro em relação a setembro, a produção industrial do país opera a níveis semelhantes ao de janeiro de 2009, quando o mundo estava sofrendo os impactos da recessão econômica do ano anterior.

De acordo com a Pesquisa Industrial Mensal do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgada nesta sexta-feira (02), apenas sete dos 26 ramos industriais pesquisados tiveram resultados positivos, o que é insuficiente para recuperar as perdas de 1,3% acumuladas em agosto (-0,6%) e setembro (-0,7%) deste ano.

O resultado acumulado de 2022 até outubro é de queda de -0,8%, enquanto o saldo de 12 meses é de -1,4%. Nos níveis atuais, a indústria brasileira se encontra 2,1% abaixo do patamar pré-pandemia (fevereiro de 2020) e 18,4% abaixo do nível recorde, alcançado pelo setor em maio de 2011. A média móvel trimestral também ficou negativa (-0,4%).

“Efeitos mais recentes de taxas de juros em elevação, taxas de inadimplência elevadas e a inflação de alimentos pesaram contra a demanda por bens industriais”, afirma André Macedo, gerente da pesquisa pelo IBGE.  

Dentre as 19 atividades com queda na produção, destacam-se a de veículos automotores, reboques e carrocerias (-6,7%), máquinas e equipamentos (-9,1%) e bebidas (-9,3%).

Foi a segunda queda seguida da produção automotiva, com perda acumulada de 6,8% entre setembro e outubro. Já a queda de máquinas e equipamentos eliminou parte do avanço de 16,9% acumulado nos dois últimos meses, enquanto a de bebidas também recuou pelo segundo mês consecutivo.

Também recuaram couro, artigos para viagem e calçados (-13,2%), outros produtos químicos (-3,0%), produtos diversos (-12,5%), confecção de artigos do vestuário e acessórios (-7,1%), produtos de madeira (-8,8%), produtos de borracha e de material plástico (-2,6%) e de máquinas, aparelhos e materiais elétricos (-3,5%).

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