Malafaia diz ser contra ‘maluco em frente ao quartel’, mas cobra golpismo de Bolsonaro

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O pastor Silas Malafaia refutou as acusações de que orientou fiéis a protestar contra a eleição de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em frente a quartéis do Exército. Porém em um vídeo divulgado em suas redes sociais, defendeu que o presidente Jair Bolsonaro (PL) convoque as Forças Armadas contra o que ele considera uma “desordem institucional”.

Divulgada nesta terça-feira (29), a nova gravação acusa o presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), Alexandre de Moraes, de querer dar um golpe, por meio de censura e cerceamento de liberdade de expressão e direito à manifestação.

O pastor propõe, então, que o aliado use o artigo 142 da Constituição. Bolsonaristas que não aceitam a derrota do presidente para Lula citam com frequência esse artigo para pedir um golpe que anule a vitória lulista.

Diz ele que “as Forças Armadas (…) são instituições nacionais permanentes e regulares, organizadas com base na hierarquia e na disciplina, sob a autoridade suprema do presidente da República, e destinam-se à defesa da pátria, à garantia dos Poderes constitucionais e, por iniciativa de qualquer destes, da lei e da ordem”.

O pastor disse ainda que não é “puxa-saco nem bolsominion”, por isso cobra Bolsonaro por uma postura que vê como omissa. “A responsabilidade é do presidente. Não adianta querer transferir pro povo ficar igual a maluco em frente ao quartel.”

“Se o presidente quer colocar ordem, se ele acha que está uma bagunça, ele que convoque as Forças Armadas”, afirma. “Ele que tem autoridade. Tô quieto, esperando. Como eu tô vendo que ele não fez nada, resolvi me posicionar em relação a ele. Não vai passar como vítima, pra mim, não.”

Malafaia conta que falou com Bolsonaro apenas uma vez após o segundo turno, depois de receber um telefonema dele, e que enviou “três ou quatro” mensagens de WhatsApp desde então. O contato frequente que estabeleceu durante a corrida eleitoral, ao menos por ora, não continuou.

Malafaia foi alvo nas redes de críticas por ter se hospedado num resort de luxo no Nordeste enquanto manifestações de teor golpista resistiam por quase um mês diante das instalações militares.

O líder da Assembleia de Deus Vitória em Cristo, disse que nunca incentivou os protestos, para o pastor, a manifestação teria que acontecer na frente do Congresso Nacional.

Malafaia evoca um trecho do livro bíblico de Gálatas contra “petistas e fuxiqueiros” depois de dizer: “Sou livre com o meu dinheiro, faço o que quero”.

A passagem menciona “falsos irmãos” que se “infiltraram em nosso meio para espionar a liberdade que temos em Cristo Jesus e nos reduzir à escravidão”.

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