Após ataque, atirador que matou 4 em escolas no ES almoçou e foi para praia com pais

Brasil Polícia Últimas Notícias

Nesta segunda-feira (28) a Polícia Civil do Espírito Santo relatou detalhes do ataque a duas escolas em Aracruz, que mataram quatro pessoas e feriram mais doze.

De acordo com a polícia, o adolescente de 16 anos responsável pelos disparos mostrou frieza, a ponto de guardar as armas após o ataque, almoçar e seguir para a casa de praia com os pais.

O delegado João Francisco Filho, superintendente de Polícia Regional Norte, revelou em entrevista coletiva, que o adolescente foi a um local ermo após o crime, retirou a cobertura das placas de seus carros e foi para a casa de praia da família em Mar Azul.

O rapaz pegou todos os objetos usados durante o ataque e guardou para que ninguém desconfiasse. Momentos depois, os pais chegaram à residência.

“[Ele] coloca tudo onde estava e fica no interior da casa como se nada tivesse acontecido. Os pais chegam e ele reage naturalmente. Os pais já sabiam do atentado, comentam com ele e ele se faz de desentendido. Eles tinham o hábito de ir na casa. Foi enquanto eles estavam que a força-tarefa conseguiu descobrir quem seria o autor e onde ele estava”, disse o delegado.

Ainda de acordo com João Francisco Filho, a polícia chegou à casa quando todos estavam lá. Inicialmente, o adolescente negou o crime, mas depois confessou e levou os agentes ao local onde havia despejado as armas e as roupas utilizadas na ação.

Na manhã do crime, na última sexta-feira (25), o adolescente invadiu duas escolas na região de Aracruz. Ele disparou contra as pessoas que lá estavam, matando quatro e ferindo outras 12.

De acordo com a polícia, as armas utilizadas no ataque pertenciam ao pai do garoto, um tenente da Polícia Militar do estado.

Um símbolo nazista foi identificado na roupa do atirador. O pai do adolescente também já fez postagens com teor nazista, inclusive publicando a capa do livro “Minha Luta”, em que Adolf Hitler expões seus ideais antissemitas.

De acordo com o pai do atirador, que não quis se identificar, o garoto mudou totalmente o comportamento depois de ser alvo de bullying na escola.

Entre as quatro vítimas fatais, uma era estudante e as outras três, professoras. Sete pessoas continuam internadas após serem alvejadas, sendo quatro em estado grave.

O adolescente vai responder por ato infracional semelhante aos crimes de nove tentativas de homicídio qualificado e quatro homicídios qualificados, por motivo fútil e sem possibilidade de defesa das vítimas.

A Polícia Militar informou, por nota, que vai analisar a necessidade de abertura de procedimento administrativo disciplinar contra o policial militar, que é pai do assassino e dono das duas armas usadas no crime.

Compartilhar esta notícia agora: