Recua 14,2% o financiamento da casa própria

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O financiamento de imóveis que são construídos e comprados com recursos do Sistema Financeiro da Habitação (SFH), ou seja, com base nos depósitos mantidos nas contas das cadernetas de poupança, no valor máximo até R$ 1,5 milhão, atingiram no último mês de outubro a quantia de R$ 14,7 bilhões. Esse total representa uma queda de 14,2% em relação aos financiamentos feitos em outubro de 2021.

Em relação ao mês anterior, esse volume de financiamento foi menor em 8,8%. No acumulado de janeiro a outubro de 2022, os financiamentos totalizaram R$ 151,2 bilhões, uma queda de 12% considerando-se o mesmo período de 2021.

Os números acima não somam os financiamentos no âmbito do Casa Verde e Amarela, que utilizam recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) ou do Sistema Financeiro Imobiliário (SFI), também com recursos da poupança, para imóveis com valor maiores do que R$ 1,5 milhão.

Apesar do recuo, o volume de outubro foi o segundo maior da série histórica, mas indica uma reversão da tendência de crescimento observada em 2021. Os dados foram divulgados na segunda-feira (21), pela Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip).

As taxas de juros do SFH estão entre as mais baixas de todo o mercado financeiro. Com a escalada geral dos juros, bancada pela política do Banco Central (BC), com respaldo do governo Bolsonaro que vai sair em 31 de dezembro, tipo os mais de 400% ao ano dos cartões de crédito, as taxas do SFH ficaram ainda mais atrativas.

No entanto, com o subemprego crescendo e achatando a renda dos trabalhadores, com os níveis de desemprego proibitivos, com a inadimplência atingindo recordes de 64,87 milhões de brasileiros, fica mesmo difícil para as famílias entrarem num financiamento da desejada casa própria.

Com a inflação elevada e a inadimplência em alta, muita gente se socorre nas reservas da poupança para quitar dívidas, complementar renda e também utilizar para o consumo.

A Abecip divulgou também dados do Banco Central mostrando que a caderneta de poupança teve uma captação líquida negativa de R$ 9,4 bilhões em outubro e, no acumulado do ano, as saídas foram maiores do que as entradas em R$ 82,3 bilhões de seus recursos.

A Abecip apontou que a perda de recursos da caderneta pode ser explicada pela redução da renda familiar combinada com a alta da inflação. No fundo, são as mesmas razões que levam as famílias a não contratarem financiamentos e o sistema da poupança ter sua arrecadação reduzida.

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