PL admite que não têm prova nenhuma contra as urnas

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Valdemar da Costa Neto, presidente do PL, partido de Bolsonaro, deu vexame na entrevista coletiva desta quarta-feira (23), onde ele admitiu não ter nenhuma prova de fraude nas eleições e, assim mesmo, segue levantando suspeitas infundadas sobre o resultado das eleições, o que está sendo considerado um crime e uma afronta contra a democracia e as instituições do país.

Ele também admitiu que está agindo fora da lei ao se recusar a cumprir o que determinou Moraes, presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que fosse incluída na representação do partido o questionamento dos dois turnos das eleições e não apenas do segundo. Moraes deu 24 horas de prazo para que isso fosse corrigido sob pena de indeferir o pedido sem nem mesmo analisá-lo.

Moraes argumentou que as urnas são as mesmas usadas tanto no primeiro quanto no segundo turno. Questionado por jornalistas, Valdemar Costa Neto, alegou que os técnicos do partido “não pegaram” as “falhas” no primeiro turno.

Valdemar negou que busque nova eleição ou impedir a posse do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), apesar de pedir a anulação de votos no segundo turno.

“Não se trata de pedir outra eleição, não tem sentido. É um negócio que envolve milhões de pessoas. Porque um cidadão que teve 200 votos, ele tem que participar do processo […] então, é uma loucura, só o PL tinha 2 mil candidatos. Imagino que os outros partidos também. E além de atingir governadores, senadores”, afirmou.

Independente das decisões tomadas pelo presidente do TSE nesta quarta-feira (3), há quem argumente que esta atitude desrespeitosa ao TSE, ao Estado Democrático de Direito e às leis do país, por parte de Bolsonaro e seu partido, deve colocá-los perante a Justiça comum o mais rapidamente possível para que eles respondam por toda essa farsa.

O partido de Bolsonaro inventou que 279 mil urnas não poderiam ser identificadas e que, por isso, o resultado da eleição estaria sob suspeita. A empresa contratada pelo partido de Bolsonaro, pelo preço de R$, 1,3 milhão, acabou por produzir um relatório falso, sem nenhuma prova, que apenas reverbera o discurso antidemocrático do candidato derrotado.

O TSE contestou o conteúdo do relatório fajuto afirmando que o “problema” das urnas, levantado na representação do PL, é uma mentira grotesca e uma farsa. Todas as urnas podem perfeitamente ser identificadas. Os golpistas não fizeram a sua identificação porque o seu plano não era fiscalizar, mas sim criar tumulto para contestar o resultado do pleito.

A armação de Bolsonaro é um ato criminoso, assim como foi a invasão do Capitólio nos Estados Unidos, insuflado por Donald Trump, que também perdeu as eleições. Hoje, Trump responde criminalmente pelo fato, inclusive pelas cinco mortes ocorridas por ocasião da tentativa fracassada de golpe naquele país.

A farsa golpista de Bolsonaro é tão grotesca que Valdemar da Costa Neto citou explicitamente qual era a intenção do plano. “Se forem retiradas”, disse ele, referindo-se às urnas que supostamente não teriam número de série, fato já completamente desmentido pelo TSE e por todos os demais órgãos que fiscalizaram as eleições, “Bolsonaro teria vencido a eleição”. Ou seja, não há confissão mais evidente de que o objetivo de toda essa encenação é fraudar a vontade popular, rasgar a Constituição do país, afrontar a democracia e desrespeitar o voto de mais de 120 milhões de brasileiros.

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