O diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal, Silvinei Vasques, investigado por atuação política em favor de Jair Bolsonaro (PL) durante a eleição, entrou de férias na quarta-feira (16), um dia depois de o Ministério Público Federal no Rio de Janeiro pedir seu afastamento do cargo.
A PRF não soube informar o prazo que Vasques ficará fora da função, nem desde quando o período de afastamento estava programado. A função agora é ocupada pelo diretor-geral substituto Marco Antônio Territo.
Foi Territo quem assinou o último relatório de monitoramento das rodovias federais enviado ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), no processo que investiga atos que bloquearam rodovias no país.
O Ministério Público Federal no Rio de Janeiro, na última terça-feira (15), pediu o afastamento de Vasques por 90 dias. O órgão argumentou que ele teria usado indevidamente o cargo para “fazer campanha eleitoral”. Os “atos dolosos à administração pública” teriam sido praticados de agosto a outubro deste ano.
No pedido, o Ministério Público afirma que é possível que a conduta de Silvinei Vasques tenha contribuído para o clima de instabilidade e confronto durante e depois das eleições. O MPF-RJ também defendeu a condenação dele por improbidade administrativa.
A Polícia Federal também instaurou um inquérito para apurar se o diretor-geral da PRF cometeu os crimes de prevaricação e violência política durante as eleições.
A PF investiga, a pedido do Ministério Público Federal, crimes relacionados a dois fatos que ocorreram nas últimas semanas.
Os policiais vão apurar se a fiscalização de ônibus com eleitores durante o 2º turno das eleições respeitou a legislação e se houve ofensa ao livre exercício do direito de voto; e se Vasques cometeu crime de prevaricação, por omissão, ao não orientar medidas mais enérgicas para a PRF desobstruir rodovias bloqueadas por manifestações golpistas após as eleições.
Silvinei Vasques foi nomeado diretor-geral em abril de 2021, depois de se aproximar do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ). O diretor-geral da PRF já foi condenado por agredir um frentista e tem oito processos movidos contra ele em sigilo de Justiça.
Na contramão, a Procuradoria-Geral da República defendeu, nesta quinta-feira 17, que o Supremo Tribunal Federal rejeite pedidos para investigar a conduta do diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal, Silvinei Vasques, e dos ministros Anderson Torres (Justiça) e Paulo Sergio Nogueira de Oliveira (Defesa) nas eleições.
O órgão alega que os pedidos de investigação não apresentam “elementos concretos e reais” de uma organização criminosa antidemocrática.