Nesta quinta-feira (10), durante coletiva de imprensa, o delegado Dr. Luiz Marcelo Perpétuo Sampaio, identificou a vítima cujo corpo foi encontrado na manhã desta quarta-feira (9), em um saco, na rua Quatro de Abril, região central de Marília.
A vítima foi identificada como Donizete Rosa, de 60 anos, aposentado, com familiares ainda não localizados de Gália.
As duas mulheres apontadas como autoras do assassinato, foram encontradas pela Polícia Militar nesta manhã, e estão sendo ouvidas em depoimento na Delegacia e Investigações Gerais (DIG) de Marília.
O aposentado apresentava debilidades físicas e, de acordo com a polícia, possivelmente contratou as mulheres como cuidadoras. As acusadas são irmãs, e aparecem em imagens de câmeras de segurança do comércio arrastando o saco com o cadáver no início da madrugada de ontem.
As próprias mulheres foram quem contataram a polícia nesta manhã, dizendo que haviam sido vítimas de um roubo e teriam sido perseguidas.
“Quando chegamos no local ela estavam bem nervosas e diziam que tinham sido perseguidas por dois homens e agredidas”, disse o policial.
“Elas falavam coisas meio confusas e as reconhecemos como as suspeitas do homicídio”, relatou ainda.
De acordo com o delegado Dr. Luiz Marcelo, no apartamento, no segundo andar do prédio Center Franco, havia manchas de sangue, apesar das marcas de limpeza bem recentes. Imagens das câmeras de segurança mostram que as duas mulheres saindo do prédio e conversando com o motorista de um veículo Nissan, que poderia ser de aplicativo.
Nas imagens é possível ver que o porta-malas do veículo chega a ser aberto, mas o motorista se recusa fazer o transporte e deixa o local. “Não conseguimos ainda identificar esse motorista, para saber o que levou ele a recursar o transporte e se ele sabia que se tratava de um corpo”, disse o Dr. Luiz Marcelo.
As duas mulheres então arrastam o corpo em um saco de pano envolto em sacos de lixo e fechado com fita crepe.
A inscrição “Jack” que estava no saco e um nome em idioma oriental não tem relação com o crime. As mulheres provavelmente pegaram o saco de pano, usado para embalar mercadorias, em alguma loja do centro comercial.
As marcas encontradas no cadáver sugerem que a morte aconteceu há pelo menos uma semana.
No apartamento, de cerca de 5 por 10 metros de área, havia roupas novas das mulheres, pétalas de flores de primavera e uma espécie de simbologia religiosa. O local estava arrumado. Havia uma geladeira com alguns alimentos e não tinha guarda-roupas.
Em um hall do prédio havia um sofá velho onde o idoso costumava dormir. A polícia apurou que ele e as mulheres residiam no local há cerca de um ano. Está sendo levantado o contrato de aluguel.
Os policiais encontraram no local um notebook que pertencia à vítima. Estrato de banco indicava que há alguns meses foi feito um empréstimo consignado de cerca de R$ 25 mil em uma instituição bancária, em nome do aposentado. A polícia investiga a possibilidade das acusadas terem ficado com o dinheiro. Está sendo apurado inclusive se elas fizeram saques do dinheiro.
O delegado Dr. Luiz Marcelo definiu as acusadas como “bastante frias e muito mentirosas”. Elas são do Estado de Minas Gerais. “Ainda não conseguimos apurar a identidade delas. Já deram três nomes falsos”, relatou.
Elas negaram envolvimento com o crime. Na bolsa de uma delas foram encontrados três pinos de cocaína. Ainda hoje deverá ser requisitada a prisão temporária das acusadas.