De acordo com a Sondagem Indústria da Construção da Confederação Nacional da Indústria (CNI), divulgada na terça-feira (1), a taxa de juros elevada é apontada como principal problema da indústria da construção no terceiro trimestre deste ano.
Segundo o levantamento, a taxa de juros altos passou a ocupar o primeiro lugar no ranking dos principais problemas da indústria da construção, superando a falta ou o alto custo de matéria-prima, que figurava oito trimestres na liderança dos principais problemas apontados pelos empresários.
A CNI também registrou que o índice de facilidade de acesso ao crédito avançou 1,4 ponto, passando de 38,7 pontos para 40,1 pontos no período. Mas observou que “embora tenha havido aumento, o resultado para o trimestre encontra-se abaixo dos 50 pontos, indicando insatisfação com as condições de acesso ao crédito”, destacou a entidade.
Os índices de satisfação com a margem de lucro e de condições financeiras variaram em altas no período, 2,5 pontos e 0,9 ponto, respectivamente, mas os resultados dos índices ainda estão abaixo da linha divisória dos 50 pontos, o que também indica insatisfação do empresário frente a essas questões.
Por sua vez, o Índice de Confiança do Empresário (ICEI) da indústria da construção apresentou queda de 2,6 pontos, passando para 60,1 pontos. “A menor confiança é reflexo, principalmente, de uma maior moderação das expectativas dos empresários com relação aos próximos seis meses. Apesar de menos intensa, a confiança do empresário da construção permanece em patamar elevado (60 pontos) e superior à sua média histórica de 54 pontos”, ponderou a CNI.
A escalada da taxa de juros da economia (Selic) pelo Banco Central (BC), com aval do governo Bolsonaro, que levou a Selic aos atuais 13,75% a.a., colocou o Brasil no topo do ranking mundial de juros reais. Descontada a inflação, o brasileiro paga 7,80% em taxas de juros reais, de acordo com MoneYou e Infinity Asset Management.