Um dos primeiros a defender uma terceira via nas eleições, ainda em 2021, o empresário Pedro Passos, cofundador da Natura, depois, escolheu Simone Tebet (MDB) e fez contribuições para a sua candidata.
Com a polarização se mostrando intransponível nas urnas no primeiro turno, ele também toma a frente em outro movimento que foi destaque na cena econômica nesta primeira semana do segundo turno: declarou voto em em Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
“Abro o voto para Lula porque estamos diante de uma ameaça institucional com o governo Bolsonaro”, afirmou. “E o Brasil não pode viver sob ameaça.”
Segundo Passos, o atual presidente da República também descumpriu promessas na economia. ” É um governo que prometeu ser liberal, mas de liberal não tem nada”, disse. “É intervencionista.”
O empresário destaca que o risco institucional da atual gestão contaminou até a economia, com estouros do teto de gastos e o uso indiscriminado do instrumento da PEC (Proposta de Emenda à Constituição) para viabilizar medidas que não são saudáveis à economia.
“Não tenho nenhuma expectativa de que ele possa fazer algo muito diferente daqui para frente”, afirmou.
“Efetivamente, no primeiro turno, tivemos a surpresa de uma maior votação no Bolsonaro do que o previsto nas pesquisas, e vimos a eleição de um Congresso muito radical de direita, na linha do Bolsonaro. Eu tenho muito medo que isso se reflita num governo forte e com tendências reacionárias. Tenho muito medo do que pode acontecer institucionalmente” disse o empresário.
O empresário ainda disse que infelizmente, o programa que o PT tem sinalizado é muito ultrapassado, e espera que o candidato à presidência sinalize juntou aos empresários para mudanças como por exemplo a estabilidade fiscal.
Ainda para o empresário, o governo de prometeu ser liberal, mas de liberal não tem nada, é intervencionista. “Interveio na Petrobras várias vezes. Não respeitou o teto de gastos. Não evoluiu com as reformas. A reforma tributária está acordada, mas não foi implementada.”
