Banco Central anuncia juros extorsivos até junho 2023

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Após reunião do Comitê Política Monetária (COPON) realizada em setembro, o Banco Central (BC) indicou que pretende manter a taxa básica da economia (Selic) em 13,75% por um período “suficientemente prolongado” para alcançar a convergência da inflação à meta.

O Banco Central, no entanto, não descartou, que pode voltar a subir os juros caso o processo de redução inflacionária não ocorra como o esperado.

A maioria dos economistas e representantes de instituições do sistema financeiro continua prevendo que o primeiro corte da taxa Selic deve ocorrer em junho de 2023.

“Usando a curva do Focus com corte em junho, mostramos que a gente atinge nossos objetivos”, disse o presidente do BC, Roberto Campos Neto, na coletiva do Relatório Trimestral de Inflação (RTI), em referência à convergência para a meta em 2024.

Os indicadores contidos no Sistema de Expectativas de Mercado, publicado pelo BC, são de que a redução de 13,75% ao ano, patamar atual, irá para 13,50% no sexto mês do ano que vem, terminando 2023 em 11,25%.

O arrocho monetário imposto ao país, com aval do presidente Bolsonaro, condena a economia permanentemente a baixo crescimento. Sob seu governo, o Brasil voltou a ocupar o primeiro lugar entre 40 países com o maior juro real do mundo, inibindo os investimentos, encarecendo o crédito e asfixiando a produção e a geração de empregos.

O aumento da taxa Selic por 12 vezes seguidas desde janeiro de 2021, quando situava-se em 2,0% ao ano, não teve qualquer efeito na redução da inflação que subiu até 11,89% no acumulado de junho de 2022, devido à inflação de alimentos e combustíveis e recuou, mais recentemente, em consequência da redução dos preços do segundo grupo, após medidas impostas por Bolsonaro às vésperas das eleições. Durante todo o seu mandato, os preços dos combustíveis se mantiveram na lua, dolarizados, penalizando o setor produtivo e as famílias brasileiras.

Essa manipulação da Selic apenas garantiu uma transferência bilionária e perversa de recursos públicos para rentistas. Em doze meses até julho, foram R$ 586,4 extraídos da sociedade para pagamento de juros, dinheiro da indústria, comércio, serviços não financeiros, e das famílias entregues para os bancos, e está na base das medíocres taxas de crescimento da economia nacional previstas para este ano com projeção para 2,67% e, para 2023, em 0,53%. E olhe lá, em 2022, a depender do reflexo do Auxílio Brasil.

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