O trabalhador brasileiro hoje está vivendo na Informalidade e com baixos salários. São quase 70% dos trabalhadores brasileiros recebendo até dois salários mínimos, ou seja, 66,7 milhões de brasileiros de um total de 98,8 milhões de ocupados.
Ao contrário do que diz Bolsonaro, de que a economia está se recuperando, a maioria dos trabalhadores passaram a exercer atividades precárias para sobreviver à crise econômica.
Do total de trabalhadores no país, a parcela dos que ganham até 1 salário mínimo (R$ 1.212) chega a 37%, ou 35,5 milhões de trabalhadores. No primeiro ano de governo Bolsonaro eram 27 milhões de trabalhadores que recebiam até um salário mínimo, segundo reportagem do jornal O Globo, com dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (Pnad) de julho do IBGE e da LCA Consultores.
Bolsonaro vem divulgando dados de crescimento de emprego, porém, após seus quatro anos de economia estagnada, com cortes nos investimentos públicos, arrocho salarial e negacionismo diante da pandemia, que tirou a vida de cerca de 700 mil pessoas, não dá para esconder a triste realidade em que se encontram os trabalhadores.
São 10 milhões no desemprego, com o Brasil ocupando em 2022 o 5º lugar com a maior taxa de desocupação em um ranking de 40 países, segundo levantamento feito pela Austin Rating.
A taxa de desocupação, medida pela pesquisa do IBGE, recuou para 9,1% em julho deste ano, porém os números escondem que a população está vivendo com muito pouco e cada vez mais pobre.
Nas entrelinhas da Pnad, aparece um percentual de 39,8% da população ocupada exercendo atividades informais, ou seja, sem proteção social, remuneração fixa, sem estabilidade ou qualquer direito trabalhista – um recorde histórico. São 39,3 milhões de brasileiros no trabalho precário, sem carteira de trabalho. Vivendo de “bico”, por conta própria, estão 25,9 milhões de pessoas.
A consequência disso é o aumento da inadimplência e da pobreza, já que além de baixos salários, a inflação em disparada também é uma realidade com a qual os brasileiros tiveram que voltar a viver nos últimos anos. São 67 milhões de brasileiros que não conseguem pagar suas contas básicas do mês e estão pendurados com os juros extorsivos do bancos.
Para os quase 67 milhões que vivem com até dois salários e para os 35,5 milhões que precisam sustentar as famílias com até um mínimo, até comprar uma cesta básica se tornou difícil. A carestia não dá trégua, e os alimentos continuam subindo, corroendo o orçamento das famílias e impedindo o acesso a milhões a um prato de comida.