Nesta terça-feira (23) os Agentes da Delegacia de Repressão as Ações Criminosas Organizadas e Inquéritos Especiais (Draco) apreenderam um carro forte usado pela milícia de Danilo Dias Lima, o Tandera.
O veículo foi encontrado na Baixada Fluminense do Rio de Janeiro e segundo informações de inteligência da Draco, o carro forte era usado pelo miliciano em confrontos armados de forma semelhante ao “caveirão”, veículo blindado usado pelas forças de segurança do Rio.
Com o apoio de agentes da Coordenadoria de Recursos Especiais (CORE), os policiais encontraram o carro blindado em um galpão na Rua Brasília, em Cabuçu. O local estava vazio e o veículo coberto com uma lona na tentativa de dificultar sua localização. O carro forte era usado também pelo grupo armado para tentar intimidar seus rivais.
“Chegamos até esse local após recebemos informações do setor de inteligência da Draco. Esse veículo estava envelopado e escondido debaixo de uma lona plástica. Agora, vamos leva-lo para uma perícia. Queremos saber se ele pertencia a alguma empresa de valor e se a placa e o chassi são verdadeiros ou se foi montado” disse o delegado André Leiras, da Draco.
Para o policial, esse é mais um golpe na milícia comandada por Tandera.
“Eles usavam esse veículo em bairros da Baixada e da Zona Oeste para intimidar moradores e possíveis desafeitos e também para mostrar poder. Esse é mais um duro golpe na milícia desse narcomiliciano” completou.
O veículo será encaminhado a sede da Draco onde será formalizada a sua apreensão.
Danilo Dias Lima, o Tandera, de 36 anos, era um dos homens de confiança de Wellington da Silva Braga, o Ecko, chefe da maior milícia do Rio morto em 2021.
A quadrilha é um dos alvos de uma força-tarefa da Polícia Civil criada para combater grupos paramilitares que agem na Baixada Fluminense.
De acordo com a Polícia Civil, Tandera está na lista dos criminosos que disputam o espólio de Ecko. Até o ano passado, ele era aliado do paramilitar. Entretanto a aliança se rompeu.
O miliciano atua na Baixada Fluminense e tem influências em bairros das zonas Norte e Oeste do Rio. Tandera está foragido da Justiça desde novembro de 2016, quando saiu na evasão da Casa do Albergado Crispim Ventino, em Benfica.
O irmão do chefe de milícia Danilo Tandera foi morto em uma ação da Polícia Civil neste sábado (20), em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense.
Delson Lima Neto, o Delsinho, era a segunda pessoa na hierarquia da milícia chefiada pelo irmão. Dados da inteligência da Delegacia de Repressão as Ações Criminosas Organizadas (Draco) indicam a possibilidade de envolvimento de Delsinho no desaparecimento dos quatro jovens de Nova Iguaçu na última semana.
Além de Delson, outros membros do grupo paramilitar também foram mortos na ação realizada pela Draco e pela Coordenadoria de Recursos Especiais (Core). Os homens foram identificados como Fofo — terceira pessoa na hierarquia —, Neguinho e Tizil — seguranças dos irmãos Delsinho e Tandera. Também foram apreendidos quatro fuzis, granadas, pistolas, fardas e coletes.
Segundo a Polícia Civil, a operação, que teve apoio da Delegacia de Defesa dos Serviços Delegados (DDSD) e da 56ª DP (Comendador Soares), foi realizada após um trabalho de inteligência que durou oito meses. As investigações apontam para a suspeita de que o sítio às margens do Rio Guandu, onde os integrantes da quadrilha foram encontrados, tenha sido o local utilizado para a execução dos quatro jovens sequestrados no bairro Cabuçu. Os corpos teriam sido jogados no rio.
Na última terça-feira (16), a Polícia Civil também prendeu, em Nova Iguaçu, Nicolas de Oliveira Teixeira do Nascimento, conhecido como Derick. Segundo a polícia, ele também faz parte de uma milícia ligada a Danilo Tandera que atua na região. As investigações apontam que Nicolas era o responsável por extorquir comerciantes do bairro Valverde.