Desde Juscelino Kubitschek, com intervalo do governo João Goulart, que não se tem medido concessões para apoiar a economia do país no capital estrangeiro.
Juscelino “sustentou boa parte do programa getulista; indústria pesada, legislação trabalhista, protecionismo, empresas estatais, o maior salário mínimo da história, apoiou a criação da Frente Parlamentar Nacionalista e rompeu com o FMI” (Nilson Araújo, revista Princípios nº 164).
De lá para cá, muito feito para atrair investimentos estrangeiros: juros espetaculares, financiamento do BNDES, câmbio livre, livre fluxo de capitais, aperto fiscal para garantir o pagamento de juros, privatizações baratinhas, etc.
Com isso empresas como a Feneme (Fábrica Nacional de Motores), que produzia excelentes caminhões nacionais quebraram. A indústria nacional de trens, indústria naval (uma das maiores do mundo), a indústria farmacêutica, a de tecnologia, etc, todas sofreram com a entrada do capital estrangeiro. Resiste heroicamente a produção de aviões.
O capital estrangeiro, sem o devido controle e medidas públicas é assim: vem, compra, desnacionaliza nossas indústrias, passa a importar componentes e fecha as portas e vai embora.
Pela segunda vez este ano, a Mercedes-Benz reduziu a sua produção na fábrica de São Bernardo do Campo, no ABC paulista, à metade. Os trabalhadores da Volks de São Bernardo viram seus salários reduzidos em 12%. A Ford fechou a fábrica em janeiro e foi embora do país.
O Brasil, que durante 50 anos foi o país que mais cresceu no mundo, voltou a ter uma economia agrário-exportadora.
O governo Bolsonaro foi o mais servil aos monopólios transnacionais da história do Brasil. Privatizou a Eletrobrás, esquartejou, e está entregando aos pedaços, a Petrobrás e passou o Banco Central para o controle dos bancos.
Mas, o Brasil terá uma nova oportunidade nas eleições de 2022. Investimento público, fortalecimento do poder de compra dos trabalhadores, encomendas do estado para empresas genuinamente nacionais, defesa das riquezas nacionais e todo apoio externo serão bem-vindos. É uma oportunidade de ouro ante a ameaça de um retrocesso devastador.