Projeções indicam que próximo presidente terá que lidar com “economia em apuros” 

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Os órgãos oficiais e instituições internacionais apontaram quatro pontos centrais do cenário econômico brasileiro que podem colocar a “economia em apuros” em 2023. São eles: crescimento econômico, inflação, desemprego e contas públicas. 

Com a aprovação da PEC Eleitoral, a PEC dos Auxílios, ontem (13) pela Câmara dos Deputados, a situação da economia brasileira tende a piorar, uma vez que a proposta cria um estado de emergência. 

As projeções para o crescimento da economia brasileira indicam um “pibinho” (PIB – Produto Interno Bruto) ao fim de 2022. A OCDE (Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico) projetou apenas 0,6% de crescimento do Brasil neste ano; o Banco Central prevê 1,7%; a Instituição Fiscal Independente (IFI) do Senado estima cerca de 1,4%; e o Boletim Focus (levantamento semanal de expectativas do mercado colhidas pelo Banco Central), divulgado no último dia 11, aponta 1,59%. 

O economista Fábio Terra, professor de Economia da Universidade Federal do ABC (UFABC), faz uma analogia a respeito das projeções para a economia brasileira: “É andar de lado, igual a um caranguejo”. 

Na previsão da OCDE, a instituição destacou que a inflação afetou o poder de compra dos brasileiros e aponta que a eleição presidencial de 2022 adiciona incerteza, afetando o investimento. Acrescenta ainda que “a recuperação do mercado de trabalho tem sido lenta”. 

Para 2023, a entidade prevê um crescimento de 1,2% para o Brasil, pouco menos da metade da projeção para o avanço no mundo (2,8%). Antes, a OCDE previa que o Brasil poderia crescer 2,1% no próximo ano. 

Há ainda a possibilidade de uma recessão global, a qual pode impactar no país. Quando isso acontece, os investidores tendem a buscar maior segurança, o que significa tirar dinheiro de países como o Brasil. Esse temor de recessão está ligado, principalmente, à expectativa de que países como os Estados Unidos subam mais os juros, fortalecendo o dólar em relação a outras moedas. 

A população do país sente no seu dia a dia o impacto inflacionário, refletido nos aumentos de preços de alimentos e de combustíveis, o que tem prejudicado a economia do país. As previsões indicam que este cenário não deve mudar tão cedo. 

O Banco Central (BC) já reconheceu que a meta da inflação estabelecida para 2022 não será cumprida. A projeção é de o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo, índice oficial para medir inflação no Brasil) fique em 8,8% neste ano, ou seja, muito acima da meta fixada em 3,5% para este ano (com margem para oscilar entre 2% e 5%). 

A previsão do Boletim Focus (em 11/7) é de inflação de 7,67% para este ano, ou seja, bem próxima da projeção do BC. 

Segundo Fábio Terra, com a inflação nas alturas, o Banco Central sobe a taxa de juros para tentar contê-la, mas isso também impacta negativamente na atividade econômica, pois se trata de um desestímulo para o investimento produtivo. 

Para 2023, as previsões do BC são de inflação menor que em 2022, mas ainda em níveis elevados. O IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) deve ficar em torno de 4%. Grande parte dos economistas, no entanto, apostam em um índice mais alto, perto de 5% ou 6%. 

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