Casos de estupro de vulnerável aumentam 26,3% em Marília

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Nos primeiro quatro meses deste ano, Marília registrou um aumento no número de estupros de vulneráveis 

Se comparado ao mesmo período em 2021, Marília teve um aumento de 26,3% de casos de estupros de vulneráveis, que passaram de 19 para 26 casos.  

Entre janeiro e abril de 2020, o município computou 18 boletins de ocorrência e um total de 43 durante todo aquele ano. Já nos 12 meses de 2021, a Polícia Civil foi informada sobre 49 casos, um aumento de 13,9%. 

O crime de estupro de vulnerável tem repercutido no país devido ao caso envolvendo uma menina de 11 anos que engravidou em Santa Catarina. A menina havia sido obrigada a manter a gestação pela Justiça, porém foi autorizada a abortar e o procedimento foi realizado na última quarta-feira (22). 

A delegada Viviane Sponchiado, responsável pela Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) explicou que não são apenas crianças até 14 anos que se enquadram como vítimas de estupro de vulnerável. 

“Estupro de vulnerável pode envolver pessoa adulta também, mas que no momento do crime estava vulnerável, como alcoolizada ou sob influência de remédios”, detalhou. 

A delegada acredita que o aumento de casos tenha relação com uma possível redução na subnotificação, ou seja, que está havendo um maior número de denúncias devido à conscientização. 

Ainda de acordo com a delegada, na maioria dos casos os autores destes crimes são pessoas que têm acesso fácil às crianças e adolescentes. 

“Então, quanto mais orientarmos as nossas crianças, de se protegerem, cuidarem do próprio corpo, não deixarem ninguém mexer no corpo delas, mais rápido será possível identificar alguma coisa errada”, finalizou a delegada. 

Sobre o aborto, no Brasil, ele é permitido em apenas três hipóteses: nos casos de estupro, quando a gestante está em risco ou em casos de fetos anencéfalos. 

Dados do Sistema Único de Saúde (SUS) também reforçam a importância do tema. Segundo o órgão, Marília registrou 19 abortos de meninas entre dez e 14 anos desde 2013, sendo a menor parte deles classificada como espontânea. 

Ao contrário, nos últimos dez anos, com dados disponíveis, Marília somou 133 partos de meninas entre dez e 14 anos. 

A delegada da DDM de Marília explica que denúncias podem ser feitas pelo telefone 180, mas o ideal é que os casos sejam registrados na sede da delegacia especializada, que fica no primeiro andar da Central de Polícia Judiciária (CPJ) localizada no município. 

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