Na última sexta-feira, uma policial militar matou o ex-marido, também policial, após encontrá-lo com outra mulher, em Bom Jesus do Itabapoana, no Norte Fluminense.
Após o crime, a cabo Kelly Monique Lopes Caraline de Almeida ainda tentou despistar a polícia. Ela disse aos agentes que chegaram à cena do crime, que seu ex-companheiro, o subtenente Fábio da Rocha Corrêa, havia sido morto por tiros disparados por “homens encapuzados” que haviam passado pelo local num carro.
Em depoimento, no entanto, a atual namorada da vítima, que testemunhou toda a cena, contestou o relato da cabo e revelou que a autora dos disparos havia sido a ex-mulher, que foi presa em flagrante e já está na Unidade Prisional da PM.
Em depoimento, um dos agentes que foi acionado para o local disse que, ao chegar lá, a cabo Kelly, que é lotada no 29ª BPM (Itaperuna) afirmou que “homens encapuzados num Citroen de cor prata e placa não identificada haviam passado em frente ao portão e efetuado disparo contra a vítima”. Na ocasião, segundo o depoimento, a policial insistia para que a patrulha deixasse o local e fosse atrás do veículo.
Já a namorada da vítima afirmou que os dois estavam juntos, retirando malas de dentro do carro, na frente da casa dele, quando ouviu uma mulher chamando no portão. Corrêa disse que era sua ex-companheira e que não queria atender.
Porém, ele foi até o portão e perguntou o que ex-companheira queria. Ela então teria pedido para que Corrêa abrisse o portão, o que ele se negou a fazer, “pois não tinha nada para conversar com ela”, de acordo com a testemunha. Kelly disse, então, que ele teria um grande problema. Em seguida, a namorada ouviu um barulho de tiro e Corrêa gritando de dor.
A namorada da vítima ainda disse que na mesma hora em que ouviu o disparo, foi até o banheiro e ligou para a polícia, informando que seu namorado era policial e havia sido baleado.
A mulher ainda disse ter sido ameaçada por Kelly, que teria colocado uma arma em sua cabeça. Perguntada, no depoimento, sobre como tem certeza de que o tiro foi disparado por Kelly, a mulher disse que só havia os três no local no momento. Além disso, segundo ela, a própria exigência de que não contasse à polícia que ela é a autora dos disparos seria uma confissão.
À PM, a cabo confessou que foi a responsável pelo tiro que matou o ex-marido. Mas afirmou que agiu “instintivamente” porque o homem teria sacado a arma como se fosse atirar. Segundo ela, seu objetivo era acertar a perna do subtenente. Ferido na barriga, o PM ainda foi levado ao hospital, mas morreu em decorrência dos ferimentos.