O ministro Edson Fachin, presidente do Tribunal Superior Eleitoral, foi acusado pelo presidente Jair Bolsonaro de conspirar para ajudar a eleger o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Para Bolsonaro, com a ajuda de Fachin, será impossível Lula não estar em um segundo turno nas eleições presidenciais deste ano.
Em entrevista ao canal Terraviva, Bolsonaro afirmou que Fachin já defendeu que Lula deveria ter participado das eleições de 2018, quando Lula estava preso e teve sua candidatura rejeitada pelo TSE com base na lei da ficha limpa.
“Não podemos esquecer que foi o Fachin o relator do processo que retirou o Lula da cadeia, e agora está à frente do TSE. Ou seja, um tremendo desgaste para retirar Lula da cadeia, está à frente do TSE e tudo faz para que não haja transparência, obviamente, no meu entender, para eleger o Lula de forma não aceitável no meu entender”, afirmou o presidente Jair Bolsonaro.
Bolsonaro também levantou novamente acusações de fraude nas eleições de 2014, acusações essas que já desmentidas pelo TSE, pela Polícia Federal e pelo PSDB, cujo então candidato, Aécio Neves, supostamente teria sido prejudicado.
“No meu tempo, lá atrás, ganhava a eleição quem tinha voto dentro da urna. Agora, parece, quero que esteja errado, é um direito meu desconfiar, espero que não ganhe as eleições a quem tem amigo para contar o voto dentro do TSE”, acusou Bolsonaro.
As pesquisas eleitorais feitas até agora mostram uma distância nas intenções de voto entre Lula e Bolsonaro, no primeiro turno, que variam de 9 a 21 pontos percentuais. Em alguns casos, os levantamentos apontam a possibilidade de Lula vencer sem a necessidade de uma segunda rodada de votação.
Bolsonaro e seus aliados afirmam não acreditar nas pesquisas de intenção de voto. Entretanto, as pesquisas indicam uma elevada avaliação negativa do governo, motivada principalmente pela alta da inflação, que tem impactado no bolso dos brasileiros.
O presidente nega ter responsabilidade pela alta dos preços, apontando ser um fenômeno internacional, causado pela pandemia de Covid-19 e pela guerra na Ucrânia.
Um dos principais motores da inflação tem sido as altas constantes nos preços dos combustíveis anunciados pela Petrobras, estatal controlada pela União. Bolsonaro atribui os constantes aumentos à “ganância” da estatal e classificou seus lucros como “exagerados”, ao mesmo tempo que exalta os lucros da estatal durante seu governo ao criticar as gestões petistas.