Nesta quinta-feira (31) João Doria se despediu do governo do estado de São Paulo.
Doria concedeu uma coletiva de imprensa no Palácio dos Bandeirantes e manteve a pré-candidatura à presidência da República.
Doria foi saudado no 4º Seminário Municipalista pela plateia com gritos de “Brasil pra frente, Doria presidente”.
O secretário Marco Vinholi abriu o evento e disse que o governador é “o próximo presidente do Brasil”. Foi mostrado um vídeo para apresentar os feitos de Doria, com foco especial na vacinação contra a covid-19. Entre os presentes, estavam 619 prefeitos do estado, entre os 645.
Em discurso, Doria elogiou a lealdade de Rodrigo Garcia. “Ele coordenou a nossa campanha, campanha vitoriosa, e cumpriu o papel de um governo que administrou a função pública com o mesmo ritmo, com o mesmo comportamento, com a mesma postura de uma empresa privada”, afirmou Doria. “Ao longo destes 3 anos e 3 meses, São Paulo foi governada por dois governadores.”
Doria também homenageou Bruno Covas, que foi vice de Doria na prefeitura e herdou o cargo quando o tucano deixou o posto para concorrer ao governo estadual. “Ninguém imaginava que o Bruno partiria tão cedo, de forma tão triste”, disse. Em seguida, Doria elogiou Ricardo Nunes (MDB), que assumiu a prefeitura depois de Covas.
Doria afirmou que se sente orgulhoso do trabalho à frente do estado, citou os pais e falou sobre valores católicos, que teriam moldado a formação dele como pessoa. Ao mesmo tempo, o tucano condenou a ditadura militar e relembrou que o pai teve de ser exilado durante o regime.
Ele ainda fez críticas diretas ao PT, citando crises econômicas, e a Jair Bolsonaro, pela gestão durante a pandemia de covid-19, a quem chamou de negacionista.
“Obrigado São Paulo, obrigado pela oportunidade de ter sido governador deste estado, tão importante para a minha vida e para a vida do país. Obrigado a todos vocês. A omissão é a fantasia dos covardes, a coragem é a marca dos líderes”, declarou Doria ao se despedir do estado. “Daqui para frente, nosso trabalho continua em São Paulo pelas mãos experiência e eficientes de Rodrigo Garcia, que a partir do dia 2 será governador do estado de São Paulo, e será reeleito governador do estado de São Paulo.”
“Eu quero estar ao lado de vocês a partir do próximo dia 2, para mostrar que é possível sim ter uma nova alternativa ao Brasil. De paz, trabalho, dedicação, humildade e integração a todo o Brasil. Fazer isso com determinação, longe da ideologia, distante do populismo e absolutamente condenando a corrupção e mal trato do dinheiro público”, afirmou. “Sim, serei candidato à presidência da República pelo PSDB, nosso PSDB.”
Rodrigo Garcia também discursou. Ele assume o cargo de governador e vai concorrer à reeleição em outubro. “Em tempos de divisão, São Paulo deu um exemplo. Enquanto muitos queriam defender seus pontos de vista, nós, ao seu lado, defendíamos o certo”, disse Garcia a Doria. O vice elogiou a gestão de Doria e toda a equipe montada pelo tucano.
De acordo com a TV Globo, na última quarta-feira (30), Doria havia informado a Rodrigo Garcia (PSDB), que ficaria no cargo até o fim de 2022 e desistiria de tentar disputar a presidência.
Sem que Doria deixasse o cargo, Rodrigo Garcia poderia concorrer, mas não teria o palanque esperado, com o espaço de um governador.
Garcia deixou o DEM, partido ao qual foi filiado por quase 30 anos, para integrar o PSDB e concorrer ao cargo. Pouco conhecido, ele esperava passar meses como governador, o que poderia impulsionar sua candidatura ao governo.
João Doria teria se sentido traído pelo partido, já que alguns tucanos trabalhavam para emplacar a candidatura de Eduardo Leite, mesmo que o governador paulista tenha ganhado as prévias. Após as notícias de que os planos tinham mudado, Doria afirmou que seriam apenas especulações.