Na noite desta quarta-feira (3) em sessão da Câmara Municipal de Marília, foi aprovado, com quatro votos contrários, o projeto da Prefeitura de Marília para a reforma da previdência dos servidores públicos que aumenta o valor das contribuições, prazos e regras para concessão de aposentadorias e pensões.
A votação foi rápida, sem debates ou análises individuais de emendas, mas cheia de tumultos, gritos e discussões entre os manifestantes e o presidente da Câmara, Marcos Rezende.
Pouco antes da votação, o presidente da Câmara, Marcos Rezende, suspendeu a sessão por 15 minutos, isso para que a Polícia Militar pudesse entrar ao plenário e galerias.
Na plateia houve forte reação dos manifestantes, alguns foram retirados a força pela polícia. Uma parte da divisa do público quebrou e um manifestante caiu.
Um diretor do sindicato foi detido pela polícia e levado à CPJ. Os policiais formaram um corredor de proteção quando o vereador Eduardo Nascimento fazia sua manifestação.
O vereador Eduardo Nascimento queria que a sessão fosse suspensa e gritava ao presidente da Câmara “use o bom senso, encerra essa sessão, encerra essa sessão pelo amor de Deus, seja responsável”. Mas Marcos Rezende não atendeu ao pedido.
Nascimento, que já havia feito depoimento em apoio aos policiais por falta de reajuste salarial além de reformas estaduais com perdas para servidores, também usou a tribuna para pedir que a polícia respeitasse os servidores.
O vereador também já havia se mostrado contra a reforma em outras sessões e disse que no texto enfiado goela a baixo aos servidores pelo Prefeito Daniel Alonso, os artigos que mais prejudicam o servidor são os artigos 51 e 52, que propõe a média aritmética de 60% simples para a contribuição base para o regime de previdência. Se a reforma for aprovada, uma professora por exemplo teria que trabalhar 18 anos a mais para ter 100% do cálculo do seu trabalho na aposentadoria.
Após o discurso de Nascimento não houve outros. O vereador Marcos Custódio pediu então que o projeto fosse votado em segunda e última discussão e que todas as emendas fossem votadas em globo sem discussão individualizada.
Em meio a gritos e indignação dos manifestantes o pedido foi aprovado e a votação aconteceu. Os vereadores Eduardo Nascimento, Agente Júnior Fefin, Danilo da Saúde e Ivan Luís da Silva, o Ivan Negão, foram os únicos a votar contra a reforma da previdência.
Ainda, Eduardo Fefin e Ivan Negão disseram que irão à Justiça pedir a anulação da sessão, uma vez que não conseguiram ouvir nada em relação a votação.
A população revolta atirou ovos em Marcos Rezende ao fim da sessão.